Apareceste tu, uma reviravolta de cambalhota e meia, confiante da tua razão mas a querer saber a minha.
Eu sei que dou passos maiores que eu, que volto atrás muitas vezes antes de dar um tão grande como o anterior. Mas isso é porque quero e não quero e nem sei como querer.
Parece tão errado querer, querer-te mesmo em passos pequeninos como eu dou, meio a sério meio a medo.
E tu não sabes, ou sabes mas não queres saber, que eu tenho muito medo de gostar e de querer e de precisar.
Verbos conjugados para pessoas assustam-me. E se não ha uma conjugação verbal para mim?! Fico ali de verbo conjugado no ar, preso pelo meu respirar expectante e depois vem o vazio de volta e eu tenho de guardar o verbo conjugado e amachucado.
Como o papel que não volta a estar igual.
Parece tão errado apaixonar-me, porque a paixão implica loucura, descontrolo, infinitos de tempos finitos. E se eu me descontrolo e se deslizo pelo gelo por mim só e embato de frente contra uma parede?
Parece tão errado deixar-te ir, não fincar o pé e lutar pelo que quero. E se eu fincar o pé e tu te deixares ir por alguma brisa mais forte?
Parece tudo tão errado quanto certo e eu quero e não quero tudo.
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