quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

em pontas

Não ha três voltas completas sem uma incompleta no meu mundo. 
Não há perfeições buscadas em pedaços de emoções riscados e amarrotados pelas minhas mãos. 

Ou pelas tuas. 

Não ha estereótipos e não vou ser aquilo que devia ser. 
Sou eu e vou sempre desconfiar e querer mais. 

Não me vou fazer melhor porque fica bem. Não vou fazer promessas do que pode não acontecer. O que conta não é a intenção, é a acção, é o que acontece. 

Não me vou fazer de difícil, vou ser difícil. Mas não vou dizer que não só porque sim. 

Vou ser sempre o que quero. 
Mas vou ser inaturável, vou querer saber se vale a pena.

Não quero mentiras, quero saber a brutalidade da sinceridade sugada do teu ser. 

Se não te chego, ou se te sou demais, ambiciona-me o mundo porque eu vou chegar lá antes de te aperceberes. Nem que seja em pontas dos pés.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

respirar sem doer

Há momentos em que temos de aprender a respirar novamente.
roubam-nos o fôlego e todo o peito se nos aperta num nó 'indesfazível'.

uma angústia limada de arestas de alegria escondida, momentos lembrados e uma saudade que dói antes de o ser.
porque há existências que só se notam quando o deixam de ser, rotinas não presenciadas devoradas numa combustão explosiva.

e dói conter a respiração num rasgo de dor
e dói respirar para libertar a dor contida de mais não ter

e temos de aprender a respirar devagarinho, 

como se fosse a primeira vez.


e temos de aprender a respirar e sorrir ao mesmo tempo...

porque afinal, se dói é porque se vive. 

e viver...

viver é o melhor do mundo.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

limites de ansiedade

É o êxtase da lua que reflecte a chuva nas janelas embaciadas. Arrepias-me a pele fria num só toque e nunca um momento pareceu tão longo.
- Beija-me.
Como felino atacado, devoras-me num brilho de olhar e só a tua respiração aquece pequenos sussurros de mim.

Deixas-me em suspensão, em limites de ansiedade pelo toque seguinte, num precipício entre a loucura e o desejo.

Viver, sentir e querer. E fazer.

E eu quero-te.